sábado, 25 de fevereiro de 2012

"Ser ou não ser, eis a questão"


Desde que passei da fase da adolescência, fico me perguntando como eu podia pensar em ser e ter tanta coisa ao mesmo tempo e o pior de tudo é que eu ainda nasci geminiana louca e indecisa, com um turbilhão de idéias e desejos. Um dia destes pesquisando em minha caixa de memórias, me lembrei de que já fui "Roqueira", é sim, Carla Cristina e as suas mil fases.

Me lembro ainda que depois de curtir Os "Back Street Boys", me rendi a o bom “Rock and roll”, de Lad Zeppelin a Nickelback  e Blinck 182, meus amigos chegaram a pensar que eu estava fazendo isso só para provocar a minha mãe que por sua vez estava coitada, de cabelos brancos comigo e com razão, pois sempre nas Sextas - Feiras eu fugia da última aula só para ir a um barzinho no pelourinho escutar algumas bandas de Rock inclusive a do meu namoradinho “F”
 ( não posso falar o nome até hoje se não minha mãe me come viva ), e chegava em casa pra lá de três da tarde, bem atrasada para quem estudava pela manhã.
Como se não bastasse eu me vestia toda de preto, os meus  cabelos tinham o cumprimento abaixo da cintura, saias e bermudas longas e bem baixas quase sempre mostrando a marca da calcinha, ( horror eu sei ) barriga meio de fora, All Star também preto ou vermelho, quatro furos em cada orelha, inventei de furar o nariz e para finalizar aprendi a andar de Skate com uns amigos do Bairro do Bonfim em Salvador, é ou não é para uma mãe se desesperar?

Minha mãe viu uma filha que sonhava em ser modelo simplesmente se transformar em uma pessoa totalmente diferente, mas no fundo,  acho que ela tinha receio mesmo era que eu fosse homossexual ( besteira ), pois dizia não me ouvir mais falar de garotos em casa,  pobre mamãe, não sabendo ela que eu estava namorando um  menino muito loco.

A vida desde então ficou conturbada em casa, mãe pegava no meu pé o tempo todo, acabei perdendo momentos de felicidade e união entre amigos queridos e familiares, sentir que as pessoas se afastaram por terem os interesses totalmente diferentes dos meus, e como sempre fui muito família, entrei em conflito pessoal : lutar pela rebeldia ou voltar a ser a querida que era? 

Foi quando um alguém bastante estimado me disse uma vez que “para se viver a vida com intensidade de verdade, temos que aprender a conviver com a diversidade, curtir de tudo um pouco” Os mais antigos sempre com a razão e experiência de sobra nos dando um banho não é verdade?

Foi daí, que despertei do sono da ignorância e iniciei realmente a vivenciar os momentos da tenra felicidade, nunca deixei de gostar de Rock and Roll, só o misturei com outros estilos, comecei a ir a todos os tipos de eventos, shows, baladas etc e tal. Não me privo  mais desde então de celebrar os momentos felizes em família e entre amigos, adorei minha nova visão do mundo, curti e curto de tudo dependendo do meu estado de espírito e da ocasião, o importante é ser legalmente feliz sem ferir os outros.

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